Neste estudo, propomos analisar a inscrição do género no romance de Maria Teresa Horta, Ema. Partindo da expressão “marca do feminino” oriunda do campo da gramática, estudamos a forma como esta marca se institui enquanto lugar de uma demarcação. Observamos, num primeiro passo, o processo de demarcação praticado pelo masculino sobre o feminino. De facto, na própria letra do texto, o masculino vem imprimir a sua marca no feminino, opondo-se a ele e apagando-o. Numa segunda parte, debruçamo-nos sobre as estratégias elaboradas pelo feminino na tentativa de se demarcar, isto é, para legitimar e impor a sua diferença. Finalmente, numa última parte, analisamos a forma como o feminino origina e desenvolve a demarcação enquanto fronteira ou limiar que, ao mesmo tempo que separa, permite o encontro e os movimentos de passagem e transição.
This study aims to analyze the functioning of gender in the discourse of Maria Teresa Horta’s novel Ema. Taking up the expression “the mark of the feminine” (gender) used in Portuguese grammar, I attempt to demonstrate how this mark becomes instituted in Ema as the site of a demarcation. As a first step, I analyze the “de-marking”, or unmarking, operation performed by the masculine upon the feminine. In fact, the masculine functions in the novel’s discourse as that which imprints its mark, opposing and suppressing the feminine. In the second part, I examine the strategies of demarcation deployed by the feminine to impose and legitimize its difference. Finally, I consider the ways in which the feminine operates the demarcation as a border or threshold that, while separating, also and primarily allows for the encounter and the movement of passage or transition.
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