Alexandre Assis Tomporoski, Jairo Marchesan
O objetivo deste artigo consiste em compreender, a partir da apresentação dos principais aspectos pertinentes à história e às características físico-naturais do Planalto Norte Catarinense, o processo histórico relacionado ao extrativismo vegetal, deflagrado nas primeiras décadas do século XX, no território sob análise. Com este intuito, adota-se uma metodologia que busca integrar ambos os enfoques, ou seja, sob o enfoque da história, procura-se entender como ocorreu a extraordinária intensificação do processo extrativista, e, sob o enfoque das características físico-naturais, as motivações, os atributos que contribuíram para a incidência do referido processo. O principal resultado, proveniente da aplicação desta metodologia, é o entendimento sobre as origens da exploração maciça das florestas nativas, decorrente da inserção do capital estrangeiro, manifestadamente da Southern Brazil Lumber and Colonization Company, maior serraria em atividade na América do Sul, que durante o período de 1910-1940 explorou impiedosamente a opulente Mata de Araucárias que predominava no território, da qual, hodiernamente, permanecem remanescentes da formação original. Conclui-se que, não obstante o término das atividades operacionais da Lumber Company, guardadas as devidas adaptações, o processo extrativista perpetuou-se no território, através da inserção, a partir da década de 1960, de espécies exóticas de árvores, tal qual o pinus illiotti. Dentre as consequências atuais da prevalência do processo extrativista, encontra-se a demanda crescente por áreas de terras visando os reflorestamentos, em detrimento da utilização dos solos para diversificação da produção e desenvolvimento sustentável do território.
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