O artigo parte das relações entre arte e política, conforme conceituadas pelo teórico Jacques Rancière, para investigar o modo como o escritor moçambicano Nelson Saúte efetua, em “A terra dos homens sem sombra” (presente na obra Rio dos bons sinais, de 2007), recortes de tempo, espaço e de sujeitos e de objetos a fim de produzir um discurso literário que também é político. Investiga também, neste processo, a forma como o narrador problematiza, por meio de sua proposta de “contar uma história como se fosse uma lenda”, as relações entre ficção e história, realidade e invenção, e, com isso, propõe uma reflexão acerca dos conturbados fatos da história recente de Moçambique, sobretudo os ligados à guerra civil moçambicana.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados