Brasil
Escrever um livro único, total, foi o propósito delirante de inúmeros escritores, os quais, mesmo reconhecendo a falibilidade de seus projetos, insistiam no desmesurado desígnio de abarcar o mundo em suas páginas. Esse também foi um dos intentos do escritor italiano Italo Calvino, diferindo, talvez, por constatar que não há totalidade que não seja potencial, conjectural, multíplice. É, pois, a capacidade combinatória, permitindo a proliferação de inúmeros livros e inacabáveis histórias, que acende a hipótese do livro universal. O presente artigo procura, portanto, apontar as reflexões de Calvino sobre o livro, o qual, mais do que uma metáfora do mundo, seria o próprio lugar da multiplicidade das coisas possíveis, que apontaria para infinitos livros.
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