Louise Nakagawa, Arilson Favareto, Otto Hospes
Os entraves socioambientais advindos do sistema produtivo, somados às fragilidades das políticas públicas e da ação pura dos mercados, resultaram no surgimento de um novo arranjo institucional constituído por agentes sociais e econômicos de diferentes áreas, dando origem a iniciativas multistakeholder. Denominada neste trabalho de governança privada, essas estruturas se referem às roundtables globais que tratam da elaboração de critérios de sustentabilidade por meio de sistemas de certificação. Inseridas em mercados que se apoiam em formas de uso de recursos naturais que se reivindicam sustentáveis, essas iniciativas têm avançado sobre diversos setores. Entretanto, ao analisar processos em governança privada, o que se nota é que a maior parte dos estudos está voltada para a interferência de fatores econômico-institucionais, e não em torno das relações sociais. Assim, buscou-se aprofundar a compreensão sobre a dinâmica das roundtables globais a partir da abordagem político-cultural, apoiada na Nova Sociologia Econômica. Ao revelar as concepções de controle e o SAF, foi possível aprimorar o entendimento acerca do funcionamento e constituição das iniciativas de governança privada, e explicar a diferenciação das performances das três principais roundtables globais que tratam da produção de insumos para biocombustíveis: RTRS, RSB e RSPO.
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