Raimundo Sousa, Cristofane da Silveira Queiroz
A pós-modernidade constitui um processo histórico cuja quebra de paradigmas desmantela padrões referenciais que supostamente provinham estabilidade aos sujeitos, como as noções de identidade e temporalidade linear. No campo literário, a pós-modernidade, em seu caráter fragmentário e relativista, questiona tanto as narrativas totalizantes quanto a fixidez dos papéis ocupados pelos sujeitos. Nessa perspectiva, o romance Memorial do Convento suscita uma importante reflexão sobre o passado histórico da sociedade portuguesa do século XVIII e seu impacto nos dias de hoje. Sabe-se que o autor, José Saramago, concebe a ficção a partir do registro da história. Desta forma, tomamos como referência o estudo de Hutcheon (1991) sobre a estética pós-moderna para examinar como o escritor trata a história no cerne da estética literária, resgatando-a criticamente e subvertendo-a, ou seja, lidando com a história de modo metaficcional numa obra exponencial da narrativa pós-moderna.
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