The Portuguese First Republic (1910-1926) is still today a historical period marked by the controversies it generated. Despite its overall failure as an attempt to democratize and modernize the country, the regime left a powerful legacy in the collective memory, acritically glorified or condemned, depending on whether it fueled the apologetic and proselytic view of the utopia-to-be or, in contrast, the devilish view of a close-to-anarchy and Jacobin-like experience. This text analyzes the way in which the First Republic's memory became a topic for heated debate, marking out positions and projecting them onto the appreciations that successive Portuguese generations were to make on this matter throughout the twentieth century.
A Primeira República Portuguesa (1910-1926) é ainda hoje um período histórico marcado pelas controvérsias que suscitou. Apesar do seu fracasso geral, como tentativa de democratização e modernização do país, ela deixou um poderoso legado na memória colectiva, acriticamente glorificado ou condenado, consoante alimentou a visão apologética e proselitista da utopia tentada ou, em contraste, a visão demoníaca de uma experiência anárquica e jacobina. Este texto analisa a forma como a memória da Primeira República se tornou um tópico de acesa discussão, extremando posições e projectando-as na própria leitura que gerações sucessivas de portugueses foram fazendo dela ao longo do século XX.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados