É de aceitação comum a actualidade da cultura clássica, do grego e do latim, e das realizações literárias clássicas do Renascimento, e a sua importância na formação dos indivíduos e na construção de sucesso educativo na escola.
Ora, a cultura clássica não é, hoje, convincentemente focalizada em termos educativos.
Os programas de ensino pouco a recomendam, os professores não se lhe referem e estão cada vez menos preparados para o fazer, os alunos não se sentem motivados para ela.
Por isso, está a passar à margem das escolas esse insubstituível veículo de informação, formação, transmissão estético-literária e cultural que ela representa.
Importando denunciar e contrariar a situação, e valorizando a nossa epopeia nacional (uma epopeia renascentista), o autor da presente comunicação vai retomar o importante, embora pouco estudado, «episódio» da catábase marinha (canto VI, de Os Lusíadas), na relação que ele tem com a Eneida, de Virgílio, para:
a) Procurar denunciar e combater fundamentadamente os pressupostos apresentados.
b) Justificar que, embora a catábase de Os Lusíadas não seja coincidente com a catábase da Eneida (esta constitui-se na parte ideologicamente mais profunda da obra, enquanto que a de Os Lusíadas se fica por um segundo Consílio dos Deuses).
c) Destacar especificamente as influências (directas e indirectas) da Eneida, de Virgílio, sobre a catábase de Os Lusíadas (semelhanças, diferenças, interacções).
d) Enunciar uma proposta de abordagem textual, para o episódio camoniano, capaz de motivar e fundamentar o seu estudo e o estudo da relação que o mesmo episódio estabelece com a epopeia virgiliana.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados