Sublinha-se a inovação retórica, didáctica e pedagógica desta obra de Vives, no Renascimento, relacionada com as mudanças sociais da época, partindo do princípio: a língua de comunicação acompanha a evolução organizacional da sociedade.
Essa inovação passa: pela redistribuição das partes da retórica clássica, inventio e dispositio , antecipando-se a Pedro Ramus; e pela didactização da mesma, entre nós divulgada por Jerónimo Soares Barbosa, mais tarde, originando o corpo curricular do ensino das línguas no liceu e, ainda, na escola secundária.
Pedagogo pessoal e de colégio, precursor de Montaigne, Bacon e Descartes, e reformador do ensino e da educação, o seu horizonte é o homem novo renascentista, caracterizado pelo pragmatismo e a eficácia, mas também pela ortodoxia e a elegância.
Vives sobrepõe uma língua comum concreta da experiência e da vida, das coisas e das instituições, à língua abstracta e à lógica racional da escolástica. Se a tradição filosófica repelia a linguagem comum imaginativa, como inadequada para a transmissão do saber, este espanhol emigrado defende que o sábio apenas deve utilizar a palavra e a língua do povo: é nelas que se revela o falso, o provável e o verdadeiro.
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