Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Resumen de Narciso, a Filáucia, a Inveja e Pigmalião: a arte, a vida e a crítica

Helena C. Langrouva

  • Os mitos de Orfeu, Narciso Pigmalião ficaram indissoluvelmente ligados desde as 'Metamorfoses' de Ovídio e todos eles se reportam à arte, aos limites da relação entre a arte e a vida; ajudam a demarcar a consciência do artista, o distanciamento crítico dos destinatários ou receptores da arte. No reverso dos seus mitos, Orfeu é frustrado como amante e não como poeta; Pigmalião é frustrado como artista porque não consegue dar vida à estátua que fabrica: apenas Vénus pode dar vida à estátua. O excesso de auto-amor, um dos fulcros do mito e metamorfose de Narciso, constitui uma das preocupações dos humanistas.

    O termo 'Philautia' (amor de si próprio) está implícito num emblema de André Alciato; a "Filáucia» é objecto de meditação de Camões em Os Lusíadas. A Filáucia como excesso de concentração sobre o pequeno ego, no plano cívico e artístico, está próxima da inveja que também tanto preocupou os humanistas-em particular Alciato e Camões. É o excesso de concentração sobre o pequeno ego, o excesso de auto-amor narcísico que muitas vezes se cultiva na arte, incluindo a literatura, em particular nos séculos XIX e XX. A ambiguidade consiste em misturar a aparência de autenticidade com os excessos do autor e das suas estratégias de sedução do leitor, provocando não raro nos destinatários uma adesão sem distanciamento critico, impedindo-os de respirar e de deixar respirar a obra. Trata-se de uma subtil estratégia da literatura kitsh, termo alemão para designar a arte que não é autêntica. Urge discernir o que preside a todas as formas de literatura e arte kitsch.

    Há autores que manipulam o leitor e o obrigam a nunca parar. A arte que não é kitsch cria para os destinatários um espaço de liberdade, reflexão e distanciamento critico. Falta quem dê vida à estátua passando pela grandeza de alma. Falta descobrir uma nova maneira de imitar os grandes de espírito. Falta abrir novos caminhos para a crítica-de arte, literária- que, na sua origem significa separar o trigo do joio. A própria crítica pode ser ida pela filáucia. Embora não sejam citadas obras de arte, de literatura dos séculos XIX e XX, fica o convite para o discernimento .


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus