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Resumen de «Furta sacra»: relíquias bracarenses em Compostela?

Aires Augusto Nascimento

  • Embora o relato feito na Historia Compostellana sobre a vinda de Diogo Gelmires de Compostela a Braga, em 1102, para levar consigo as relíquias dos santos bracarenses, tenha sido frequentes vezes trabalhado, persistem pontos obscuros. Não parece que se tratasse de um gesto negativo como a expressão 'pium latrocinium' aparenta, até porque, à luz de documentos que poderiam ser invocados, Compostela mantinha direitos sobre as igrejas bracarenses. Todavia, a actuação de Gelmires, tal como o texto a apresenta, levanta suspeitas e pode contrapor-se uma bula de Pascoal II, data de 1 de Abril de 1103, que ordenava a restituição das paróquias de S. Frutuoso e de S. Vítor a Braga, em aplicação de uma troca realizada anteriormente pelo rei D. Garcia em favor de Braga. Por outro lado, a inserção do texto no género dos furta sacra, por parte do redactor, leva a considerar que havemos de atender a intencionalidades que era bem conhecidas das 'translationes sanctorum'.

    Gelmires está apostado em ganhar para a sua Igreja a independência, fazendo não apenas confirmar a isenção fTente ao metropolita de antes mas promovendo acções que tornem o culto de Santiago dominante, sem a concorrência de outros. O furto, se existiu mais que literariamente, tendia a concentrar em Compostela as relíquias e a peregrinação que eventualmente se pudesse idealizar também para Braga, onde, ao tempo, sob a orientação do arcebispo D. Geraldo, se procurava reorganizar o culto e restaurar a antiga dignidade da sua Igreja. Alguns aspectos chamam a atenção no episódio do "furto sagrado», os quais entram em contradição quer com a organização do relato quer com elementos que se podem contrapor-lhe. O silêncio das fontes portuguesas é inexplicável. A tradição também não é coerente com o que se deve colher da Vila Fructuosi. Trata-se, pois, de fazer uma revisão de vários problemas e de contrapor uma interpretação do texto que seja coerente com a sua significação, que não passa necessariamente por tomá-lo como retrato fiel de acontecimentos cuja validação não pode ser feita por outras fontes.


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