Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Discurso Político Parlamentar: as esferas pública e privada na construção do locutor

  • Autores: Maria Aldina Marques
  • Localización: Gramática e Humanismo: actas do Colóquio de Homenagem a Amadeu Torres / coord. por Miguel Gonçalves, Augusto Soares da Silva, Jorge Coutinho, José Cândido de Oliveira Martins, Vol. 1, 2005, ISBN 972-697-178-0, págs. 487-497
  • Idioma: portugués
  • Texto completo no disponible (Saber más ...)
  • Resumen
    • O Parlamento, no exercício das funções que lhe estão institucionalmente atribuídas, de vigilância democrática e institucional, tem como um dos seus objectivos principais questionar o Governo sobre os mais variados temas da vida nacional que considere pertinentes.

      Os debates políticos parlamentares são deste modo a forma básica de exercício do poder;

      momentos marcantes do confronto político.

      Sendo, o estatu to does) locutor(es), o de membro(s) do parlamento/governo, a sua função neste tipo de relação discursiva é, em primeiro lugar, representar o povo, através dos partidos. Ê assim previsível que os intervenientes neste tipo de debate construam identidades políticas colectivas, e mais especificamente, uma imagem de locutores colectivos.

      Confirmando-se, é certo, esta hipótese, ela revela-se contudo insuficiente para a descrição cabal da figura do locutor. Desde logo, porque o papel de porta-voz é múltiplo e multifacetado e porque a dimensão individual é fundamental na construção discursiva, em correlação com a primeira, que vai «reenquadrar» pelas ligações e recontextualizações que permite estabelecer. Nomeadamente, na vertente de autonomia que caracteriza os intervenientes no debate.

      A análise dos discursos produzidos em sede parlamentar tem permitido pôr em relevo o facto de que o locutor, no Parlamento, não é apenas o porta-voz do seu partido ou governo. Ele fala por «outras vozes». E se fala pelo povo, não deixa contudo de falar também por si próprio. A despersonalização pretendida e afirmada na função de porta-voz é sobretudo um tópico discursivo. O debate é um género hibrido, simultaneamente planeado e espontâneo, que coloca em cena diferentes níveis interaccionais. Favorece, portanto, a coexistência de processos enunciativos diversos, contrários mas não contraditórios.

      A junção destes mecanismos linguísticos de construção dos locutores cria uma relação enunciativa em que a dimensão pública e colectiva legitima a emergência da dimensão privada e individual, mas, em sentido inverso, é também legitimada por esta. Os políticos são, nos discursos, vozes de autoridade criadas pelo entrecruzar das duas vertentes, que afirmam as duplas relações de dependência/independência face ao(s) grupo(s). Esta relação dinâmica tem por base a assunção de que os actores discursivos não são nunca inteiramente determinados nem sequer nos discursos mais institucionais e ritualizados, como é o caso dos discursos parlamentares.

      Pretendemos, a partir de um caso particular, analisar algum dos processos discursivos de construção da imagem de um locutor, com destaque para as estratégias linguísticas usadas e a imagem prévia convocada, isto é, o modo como no discurso se constrói um "ethos" com base em conhecimentos pré-discursivos.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno