Este estudo de "acaso" integra-se num trabalho mais vasto-o estudo das propriedades e valores particulares da interrogação em português europeu e circunscreve-se no âmbito da Teoria Formal Enunciativa (TFE).
Se seguirmos as propostas da gramática tradicional, "acaso" é classificado como um advérbio de dúvida, juntamente com porventura, talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, etc.
Ora, apelando à nossa competência de falantes-ouvintes, sabemos que, geralmente, uma interroogativa tem o valor de um pedido de informação, desencadeado, muitas vezes, por uma 'dúvida' do enunciador.
Partindo desta conformidade conceptual, propomos como objectivos desta comunicação:
a) estudar a relação que se pode estabelecer entre a interrogação e os 'advérbios de dúvida';
b) estudar as particularidades que, num contexto específico, poderemos descrever em relação ao marcador "acaso".
Teremos como metodologia a manipulação de sequências linguísticas (construídas e de "corpora" utilizados), por forma a que, através de um estudo comparativo, seja possível descrever as operações e valores (sintácticos e semânticos) subjacentes a "acaso".
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