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Comunicação não-verbal e o corpo transformado: Convivência com o cateter de diálise peritoneal

    1. [1] Hospital Universitário ClementinoFraga Filho-UFRJ
    2. [2] Escola de Enfermagem Anna Nery-UFRJ
  • Localización: Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental online, ISSN-e 2175-5361, Vol. 2, Nº. 3, 2010, págs. 245-245
  • Idioma: portugués
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    • Dóris de Oliveira Araújo Cruz; Sílvia Teresa Carvalho de AraújoDESCRITORES: Enfermagem; comunicação; percepção.INTRODUÇÃO: pesquisa com abordagem qualitativa emerge da convivência com clientes com necessidades especiais de saúde na área renal em diálise peritoneal, de sua realidade, diante a condição de saúde, por vezes verbalizadas, outras não. Este estudo trata da comunicação não-verbal e a convivência com o cateter de diálise peritoneal no corpo transformado. No universo humano do corpo sensível do mundo imediato – ações sensações, em que os gestos mais “naturais”, são protagonizados pelas normas do coletivo, sobressaindo conseqüências exteriorizadas sobre a imagem corporal. Um corpo cujo invólucro representa sentimentos e sensações subjetivas, que também variam de acordo com sua cultura e o período temporal.  Esboça-se daí o objeto do estudo: a percepção do cliente e a convivência com o cateter de diálise peritoneal implantado em seu corpo e as formas não-verbais de expressão, com vistas à compreensão do seu universo subjetivo a partir de suas idéias, sensações e representações imaginativas. Apresenta a abordagem sociopoética segundo Gauthier e Santos (1999), cujos passos valorizam a criação artística do coletivo em todas as etapas da produção de um grupo pesquisador através da liberação da criatividade e do imaginário. Como destaque as concepções teórico-analíticas dos sentidos sociocomunicantes do corpo de Araújo (2000) frente à percepção não-verbal, sendo guiada pelos fundamentos do grupo pesquisador de Freire (2005). Uma reflexão sobre a individualidade que cabe a cada cliente em diálise peritoneal e sobre sua dificuldade em aceitar e conviver com o cateter implantado em seu corpo, numa nova perspectiva, que pelo fato de ser definitiva, cabendo-lhe a responsabilidade de preservá-lo e realizar sua própria diálise. Assim, para alguns clientes, não parece tão claro, e tão evidente, a presença de um “tubinho plástico” como parte acessória ou apêndice de seu corpo, visualizá-lo, percebê-lo e com este conviver e depender como acesso à terapia.                                                 OBJETIVO: identificar por meio dos sentidos corporais formas de comunicação não-verbal acerca das percepções do cliente sobre a convivência com o cateter de diálise peritoneal indicadoras de necessidades de cuidado de enfermagem em nefrologia.                           METODOLOGIA: estudo realizado no período de março de 2005 a dezembro de 2006 que delimita parte da dissertação de mestrado na Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada no período de março a maio de 2006, com a participação de 13 clientes do programa de diálise peritoneal ambulatorial, no Serviço de Nefrologia em um Hospital Universitário Federal no Município do Rio de Janeiro, após o parecer favorável nº 167/06 emitido pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição. Os participantes escolhidos a partir do cadastro ativo do programa de diálise peritoneal ambulatorial manual ou automática, todos portadores de cateter de diálise peritoneal, participaram de dois encontros. Os critérios de exclusão foram: dificuldades de locomoção, acesso a transporte e o estado de saúde física. Foram aplicadas dinâmicas de criação artística em grupos com o emprego do relaxamento corporal, da confecção de desenhos individuais e coletivos, da realização de colagens e da construção de histórias para aflorar a criatividade e o imaginário do grupo.                                       RESULTADOS: estes foram facilitados a emergirem Estes dados foram tratados e distribuídos segundo os sentidos sociocumunicantes de Araújo (2000), nas seguintes sub-categorias:  o bem-estar,  evidenciado pelo maior conforto e domínio da técnica em relação às outras terapias dialíticas, com 43 citações; o mal-estar; provocado pela presença do cateter e da solução de diálise continuamente no abdome e a dificuldade para a execução da técnica de diálise, com 30 citações;  o cuidado manutenção do tratamento dia-a-dia , com 30 citações; a função-cateter/abdome, o cateter posicionado exerce sua função e não representa incômodo, com 29 citações; a negação, que denota a recusa de mostrar e observar o cateter, perfazendo 14 citações; a frustração/tempo, através da restrição da liberdade pelo tratamento, com 10 citações; a esperança, com a união do amor e da persistência à vontade de viver, com 11 citações;   a adaptação, revelada pela exata execução da técnica, como prática inserida no cotidiano, com 09 citações. A realização do estudo transversal recebeu o título de ‘direito e o avesso do cateter’ por ter aplicado a triangulação dos dados entre os sentidos corporais e evidenciou as categorias analíticas de auto-estima e auto-imagem classificadas como o sentido socialmente comunicado. Assim pode-se compreender como este cliente/cidadão se vê e se percebe diante deste contexto, um subsídio para a compreensão do impacto decorrente das alterações do aspecto físico então percebidas, (con)vividas, bem como sua aceitação. Nesta leitura com riqueza de dados subjetivos e objetivos foi demonstrado como a auto-estima e a auto-imagem relacionaram-se aos sentidos corporais. Instituindo-se um marco epistemológico para a assistência de enfermagem em diálise peritoneal ambulatorial, com destaque aos aspectos subjetivos a partir da visão do próprio cliente. A poesia crítica extraída das histórias elaboradas pelo grupo pesquisador com o título de “Vida Que Nós Amamos” sintetizou em categorias teóricas os dados produzidos revelando a esperança como persistência para o dia-a-dia, a adaptação ao tratamento, a relação com a instituição, o cuidado exigido, a negação do cateter e a importância da integração.        CONCLUSÕES: indicam a participação do grupo como sujeito ativo da pesquisa experimentando através do diálogo a chance inédita de expressão livre e criativa de saberes inconscientes, desconhecidos e inesperados. A dimensão do cuidado de enfermagem com a facilitação do espaço terapêutico para o exercício de uma maior participação e a proposta de trabalhar com a criatividade, valorizando a cultura dominada e o instituído. As necessidades de cuidado de enfermagem apontaram para a ausência de orientação inicial (em outra instituição); as longas esperas para medicações injetáveis de rotina e exames laboratoriais; a dificuldade extrema para receber a cicladora automática o que sistematiza a terapia no tratamento durante o sono, liberando o período diurno para as atividades de trabalho, estudo e sociais; o re-implante do cateter inoperante e, a abertura de um espaço coletivo para os clientes expressarem suas dificuldades, realidades e descontração. Informa ser importante que haja o tempo e o espaço para que, devidamente esclarecido sobre o tratamento, o cliente opte pela terapia de diálise que se aproxime do seu estilo de vida. O estudo demonstra, ainda, ser imprescindível não alijar o indivíduo de prazeres e desejos como o deslocamento para viagens, passeios locais e da convivência social, em detrimento do tratamento de longo prazo, o que significa um decreto de prisão permanente. Paralelamente a assistência de enfermagem, há a necessidade de se desenvolver competências direcionadas ao melhor acesso e viabilização das consultas e controles das agendas interdisciplinares. A pesquisa foi pioneira na unidade, e os dados evidenciaram experiências de vida entre clientes através da participação bem como através da leitura não-verbal. Estes apesar de freqüentarem o mesmo espaço institucional, ainda não se conheciam. Este estudo apresenta o corpo como fonte produtora do conhecimento, de forma intuitiva, emocional, sensível, racional e imaginativa e assumindo através do sentido da visão o pensamento. O direcionamento passou a ser emocional onde as barreiras físicas tornam-se menos importantes dado o fato de possuírem-na em graus diferenciados de expressão e comprometimento. O desvelar do imaginário permitiu compreender não somente as imagens armazenadas no consciente, como também a busca das diferentes reações comportamentais que cada cliente apresenta quando se defronta com a doença renal e o tratamento dialítico. REFERÊNCIAS:                                                  ACKERMAN, D. Uma história natural dos sentidos. Tradução de Ana Zelma Campos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. 366p.                                         ARAUJO, S. T. C. Os sentidos corporais dos estudantes no aprendizado da comunicação não-verbal na recepção pré-operatória: uma semiologia da expressão através da Sociopoética. 2000. xi, 241 f. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.                                                                          ______; PORTO, I. S.; SANTOS, I. dos; SANTORO, D. C. Os sentidos corporais dos estudantes de enfermagem na aprendizagem sociopoética da comunicação não verbal do cliente em recepção pré-operatória. Anais do VIII Simpósio Brasileiro de Comunicação em Enfermagem. Ribeirão Preto – São Paulo, maio, 2002.                    ______; SANTORO, D. C.; PORTO, I. S.; SANTOS, I. dos; FIGUEIREDO, N. M. A. de. Manifestações não verbais de clientes com distúrbios cardiovasculares percebidas por alunos de enfermagem. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, n.12, p.166-72, 2004.                                        ______; MOURA, V. L. F. de; SÓRIA, D. de A. C.; LIMA, E. M. dos S. A semiologia da expressão dos pacientes com feridas cirúrgicas no pós-operatório imediato. Esc. Anna Nery Rev. Enferm., Rio de Janeiro, v.8, n.1, p.53-61, abr., 2004.         FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma Introdução ao Pensamento de Paulo Freire. Tradução: Kátia de Mello e Silva. 3. ed. São Paulo: Centauro, 2005.                                     GAUTHIER, J. H. M.; SANTOS, I. dos. Enfermagem: análise institucional e sociopoética. Rio de Janeiro: EEAN / UFRJ, 1999.                                                               MARZANO-PARIZOLI, M. M. Pensar o corpo. Petrópolis: Vozes, 2004.                RECTOR, M.; TRINTA, A. R. Comunicação do corpo. São Paulo: Ática, 1990. [Série Princípios]. 88p.                                    RODRIGUES, J. C. O tabu do corpo. 2. ed. Rio de Janeiro: Achiamé, 1980. [Série Antropologia Social, v. 2].                       SAES, S. C.: ARAÚJO, S. T. C. O cuidado de enfermagem através dos sentidos corporais do cliente em diálise peritoneal: uma abordagem sociopoética. Esc. Anna Nery R. Enferm., Rio de Janeiro, v.8, n.2, p.259-66, jul., 2004.


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