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PERFIL DOS PACIENTES DE TRÊS RESIDENCIAS TERAPEUTICAS DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO MUNICIPALIZADO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Iane Coutinho; Camilla Alves de Souza;Taiane Alves dos Reis; Rosâne Mello; Luciana Sartori Silgueira. Descritores: Enfermagem; Saúde Mental; Serviço de Saúde Mental. INTRODUÇÂO Ao iniciar o ensino prático em uma residência terapêutica, que é uma unidade de apoio aos portadores de transtornos mentais severos, que passaram por um longo período de internação psiquiátrica, foi solicitado ao grupo de acadêmicos que compilássem os resultados de uma avaliação clínica dos moradores. Este trabalho justifica-se pelo fato dos moradores em sua maioria serem idosos, que é um fator de risco para várias doenças crônicas, e pela dependência de alguns já que dessa forma um maior número de dependentes necessita de um maior número de profissionais para o cuidado destes. Esse trabalho se mostrou relevante no sentido de identificar tais problemas a fim de divulgar essas informações para que os enfermeiros deste local a partir do perfil traçado dos moradores, por esta pesquisa, possam analisar e sanar suas necessidades. OBJETIVO Traçar o perfil dos moradores assistidos nas residências terapêuticas das quais estagiamos e realizamos o levantamento. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de natureza quanti-qualitativa, baseado em uma pesquisa documental na qual foi utilizado os prontuários dos pacientes, além da observação direta e participativa dos clientes com transtornos mentais moradores das residências terapêuticas institucionalizadas. Para construção deste trabalho foi utilizado um instrumento semi-estruturado de coleta de dados que é composto pela identificação do paciente e do perfil clinico. O cenário compõe-se de residências terapêuticas situadas em um hospital psiquiátrico de grande porte e multi pavilhonar municipalizado do Estado do Rio de Janeiro. Existem sete residências distribuídas pelo espaço físico da instituição. O estudo centrou-se em três moradias, em virtude do número de acadêmicos e será ampliado em um segundo momento. Que serão identificadas como casa I, II e III. O estudo foi realizado através do levantamento no prontuário de 66 moradores. Destes, 18 são moradores da casa I; nove são da casa II e 39 na casa III. A maioria dos residentes é do sexo masculino. A idade média dos m oradores oscila entre 41 e 50 anos. RESULTADOS Comprovando dados descrito por Lobo, nas residências analisadas há uma alta prevalência total no intervalo de 41 a 60 anos (60%) com uma maior prevalência de homens. Foi investigado quais doenças mais atingiam essa população e verificado se há diferença na proporção de doenças entre homens e mulheres nesta instituição e a faixa etária que se concentra esses agravos. O gráfico abaixo representa tais dados. Gráfico 1. Prevalência dos moradores, segundo agravos clínicos e faixa etária das residências terapêuticas de um hospital psiquiátrico municipalizado do Rio de Janeiro. 2009 Um dos agravos mais prevalentes nessas residências é a alteração de pressão arterial, com isso surgiu o interesse de verificarmos se os pacientes que apresentam esse agravo estão com a PA controlada. Gráfico 2. Resultado da aferição da pressão arterial dos moradores que apresentam hipotensão ou hipertensão pela prevalência de um hospital psiquiátrico municipalizado do Rio de Janeiro. 2009. . Verificamos que existe um maior índice de pessoas independentes em todas as residências estudadas, porém na casa I e na casa II essas diferenças não se mostraram tão discrepantes e ainda observamos que na casa III as diferenças entre dependentes e independentes são notórias. No total 80,7% dos moradores apresentaram-se independentes, 18,9% dependentes e em 0,4% não foram obtidos informações sobre a dependência. Como podemos constatar no estudo, para avaliar o grau de dependência usamos critérios: cuidados pessoais, alimentação, controle de eliminações e locomoção para identificar em qual critério haveria maior necessidade de cuidados. Gráfico 3. Prevalência de moradores, segundo a dependência e critérios de atividades em 3 (três) residências terapêuticas de um hospital psiquiátrico municipalizado do Rio de Janeiro. 2009. Gráfico 4. Prevalência dos moradores, segundo classes dos medicamentos e diagnósticos (de acordo com a CID10) dos usuários das residências terapêuticas de um hospital psiquiátrico municipalizado do Rio de Janeiro. 2009 Os pacientes também recebiam medicações para controle da PA, glicose, colesterol. Além de vitaminas, medicamentos para problemas dermatológicos, gastrointestinais, dores, coagulação sanguínea, dentre outros. CONCLUSÕES Comprovamos assim que o perfil dos usuários dessas residências é de pessoas: do sexo masculino; na faixa etária entre 41 a 60 anos; sendo o tabagismo, entre 51 a 60 anos, e a hipertensão, entre 21 a 70 anos, os agravos clínicos mais presentes. Observa– se ainda que a maioria dos pacientes apresentam hipoglicemia. Em todas as moradias há um maior número de pacientes independentes, a maior parte apresenta esquizofrenia, sendo que os mais dependentes são os portadores de transtorno e retardo mental. Com relação aos medicamentos, pode–se verificar que os pacientes com esquizofrenia utilizam um maior número de classes de medicamentos psicóticos. Com isso podemos averiguar que a enfermagem precisa dar uma maior atenção aos problemas constatados nessas residências. Esperamos com esse estudo chamar a atenção dos enfermeiros para essas necessidades e suas particularidades observadas na pesquisa sobre os pacientes psicóticos, possibilitando uma assistência individual e diferenciada, através do aumento do número de profissionais para que os mesmos possam estar mais próximos dos pacientes para verificar suas carências. REFERÊNCIAS 1- Figueiredo, N.M.A., Método e Metodologia na Pesquisa Científica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Yendis; 2007. 2 - SMS – Rio. Saúde- Rio. Rio de Janeiro: secretaria municipal de saúde e defesa civil; atualizada em: 17/12/2003; acesso em: 06/01/2010; disponível em: http://www.saude.rio.rj.gov.br/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/v2/view.htm?editionsectionid=74&infoid=1498&user=reader 3- Silva, A.L.A. ,et al. Desafios para a desinstitucionalização – Censo psicossocial dos moradores psiquiátricos do estado de São Paulo. São Paulo: FUNDAP: secretaria de saúde, 2008. p:14, 19, 27. 4 - Cadernos do IPUB.– desinstitucionalização. A experiência dos serviços residenciais terapêuticos – IPUB/UFRJ. Volume XII, nº 22. Nov/dez 2006 p: 20, 21, 25, 26, 27, 130. 5 - Casagrande, D.S. Moradia e cuidado – tecendo considerações sobre a reabilitação psicossocial no cotidiano das residências terapêuticas de Paracambi. Rio de Janeiro: IPUB/UFRJ. 2004. Pags: 107, 108-109, 99, 33. 6 - Valladares, A. C. A.; Lappann-Botti, N. C.; Mello, R.; Kantorski, L. P.; Scatena, M. C. M. Reabilitação psicossocial através das oficinas terapêuticas e/ou cooperativas sociais. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 5 n. 1, 2003. Acesso em 06/01/2010.Disponível em http:/www.fen.ufg.br/revista 7 - Lobo, M.C.C.A., Pepe, V.L.E. Serviços Residenciais Terapêuticos no Estado do Rio de Janeiro: Um diagnóstico inicial. Rio de Janeiro. Abril/2004. 8-Freire, F.H.M.A. Rio de Janeiro Acesso em: 06/01/2010. Disponível em: http://www.medicina.ufrj.br/micropolitica/pesquisas/atencaodomiciliar/textos/residenc a_terapeutica.pdf. Suiyama, R.C.B., Rolim, M.A., Colvero, L.A., Serviços residenciais terapêuticos em saúde mental: uma proposta que busca resgatar a subjetividade dos sujeitos? – Saúde soc. vol.16 no.3 São Paulo Sept./Dec. 2007.
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