O presente artigo reporta o caso de W. , jovem fustigado pela AIDS, pelo preconceito, pelo abuso sexual e pela doença mental. W. apresenta alucinações visuais e auditivas após receber diagnóstico de AIDS e é tratado com antipsicóticos após receber diagnóstico de Transtorno Mental Orgânico com Sintomas Psicóticos e, em seguida, com antidepressivos, após mudança de diagnóstico para Transtorno Depressivo Secundário a Quadro Orgânico. O caso mostra como é possível, com uma intervenção sob transferência, produzir efeitos terapêuticos eficazes que não precisam ser atribuídos à medicação. O fato de terem sido obtidos efeitos estabilizadores neste caso não significa, necessariamente, que o paciente não seja psicótico, mas que foi possível intervir na posição que ele ocupava na relação com o Outro, e em especial, com sua mãe. Essa se destaca no grupo familiar e revela-se, ao longo da evolução do caso, como importante fator que nutria os seus conflitos e sintomas. Assim, W. exagera, gesticula, seduz, quase implorando por uma intervenção que o ajude a livrar, como ele mesmo diz, seu corpo e sua mente, das amarras de uma gestação eterna.
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