Este artigo apresenta a percepção de 15 fumicultores do município de Dom Feliciano/RS acerca dos aspectos macrossociais do trabalho na fumicultura. O instrumento de pesquisa empregado foi a técnica de grupos focais, optando-se pelo modelo misto proposto por Bardin para a análise interpretativa. O objetivo da pesquisa foi conhecer os fatores desencadeadores do sofrimento desses trabalhadores que cultivam um produto desvalorizado pela sociedade, considerado prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Os participantes avaliam a exploração perpetrada pelas empresas fumageiras e o desamparo do Estado como o que há de mais penoso em tal atividade. Mencionaram que, na localidade onde residem, a fumicultura é a única alternativa de garantia do sustento familiar, obrigando-os a suportar a exploração. A união entre os fumicultores, a intervenção do Estado em seu benefício e a produção de alimentos para atender a demanda regional foram alternativas sugeridas para reverter o quadro de precarização no trabalho.
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