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Este artigo examina o impacto que as percepções sobre o Holocausto exerceram na articulação dos princípios de direitos humanos1 após a Segunda Guerra Mundial e sua subseqüente proliferação no período posterior à Guerra Fria. As duas principais convenções das Nações Unidas - a primeira, declarando os Direitos Humanos Universais como um novo estandarte; a segunda, declarando o genocídio como um crime internacional - constituem a base das normas dos direitos humanos. Elaborados no imediato pós-guerra, em uma estreita fresta de oportunidade antes de a Guerra Fria abalar a maioriados acordos internacionais, eles serviram especificamente para evitar outro Holocausto e o surgimento de outro partido nazista. Ficaram, então, em estado de hibernação por quarenta anos, enquanto a Guerra Fria vigorou. Quando a União Soviética entrou em colapso, contudo, o impulso dos direitos humanos, que vinha abalando as estruturas da Guerra Fria com crescente força, eclodiu em um mundo interconectado que parecia preparado para recebê-lo. Em poucos anos, as intervenções humanitárias, que durante muito tempo vinham sendo debatidas sem nenhuma expectativa real de resposta, foram levadas a sério como alternativas políticas e colocadas em prática
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