Com o intuito de estudar o cordel brasileiro sob o ponto de vista do seu sistema editorial, neste artigo buscou-se ressaltar a importância desse fenômeno editorial popular que se instituiu, no Brasil, como um marco da modernização que transformou as relações de produção cultural no Nordeste a partir dos últimos decênios do século XIX. Observada desse ângulo, a literatura de cordel é traduzida como um efeito da modernidade que se impunha em pontos estratégicos do Brasil. A popularização da imprensa no Nordeste, especialmente em Recife, onde primeiro se desenvolveu o mercado do cordel no país, tornou possível o surgimento de editores populares que, apropriando-se dos recursos tipográfi cos então disponibilizados, puderam, pouco a pouco, inserir-se ativamente no mercado cultural nacional.
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