O artigo procura, principalmente, levantar uma agenda crítica inicial em relação ao caráter e à natureza de uma literatura que se autodenomina marginal em virtude da origem e/ou da condição social de seus autores. Aspectos que se traduzem, entre outras coisas, nas diversas temáticas e linguagens das obras e dos textos produzidos, no traço bastante desengonçado de escrituras que, marcadas por uma urgência vivencial e uma intenção documental, estão direcionadas para comunicar experiências de seres humanos que transitam por determinados espaços periféricos da nação brasileira. Enfim, trata-se de expressões que desafiam, com seu espírito heterogêneo e agressivo, os valores estéticos chave da tradição culta e letrada, colocando em xeque os cânones literários dominantes e dando à palavra escrita o sentido de compromisso com grupos sociais marginalizados.
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