Este artigo analisa a representação da personagem Januário, um mestiço socialmente marginalizado, sua relação com o outro – especialmente Malvina e o negro Isidoro – e a posição de suaidentidade a partir da observação de seu delineamento, de como a tessitura do espaço dimensiona a construção da identidade e da legitimidade social das personagens no romance Os sinos da agonia, de Autran Dourado. Esta leitura situa essa personagem angustiada num entre-lugar e discute as possibilidades de significação de seu deslocamento no universo ficcional, submerso no espaço narrativo, cuja atmosfera é desenhada com os contornos da segunda metade do séculoXVIII, na antiga Vila Rica, numa perspectiva crítica da situação político-social no contexto histórico. A publicação da obra é contemporânea de um Brasil mergulhado num clima derepressão, a Ditadura Militar, em 1974.
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