A novela gráfica, que hoje aspira a um status literário, tem especificidades de linguagem que, ao mesmo tempo, permitem um uso crítico e criativo de seus instrumentos e a este uso se contrapõem. Nesta análise, demonstro como a manipulação do tempo é o ponto nodal deste processo. Ao ralentar o receptor, retirando sua atenção do eixo narrativo, a novela ganha em seu apelo de sedução mais imediato e perde na construção propriamente literária. Entre nós, brasileiros, a coisa adquire tonalidades específicas, na medida em que esta comunicação traz com ela os vestígios das condições de produção que lhe deram origem, e que nos são estrangeiras.
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