O artigo desenvolve a idéia de que o romance Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato, está atrelado à discussão entre o que é dito e o que é, de fato, mostrado no texto literário. É nesta relação entre o ver e o falar que se funda o que chamo de realismo no romance em questão, de forma oposta à do romance realista do século XIX: ao invés de procurar a visualidade do texto a partir de um excesso de palavras e descrições, Ruffato a busca a partir do silêncio, da suspensão, do não-dito. São os cortes bruscos que interrompem a narrativa que criam uma imagem capaz de levar o leitor a uma experiência do real para além da realidade.
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