Maurício de Bragança, Icaro Ferraz Vidal Junior
Neste artigo, analisaremos a construção do corpo da prostituta no México da virada do século XIX para o século XX. Ancorados no conceito de biopoder, postulado por Michel Foucault (2006), nos deteremos comparativamente na análise das discussões legais que procuravam regulamentar o exercício da prostituição junto à leitura do romance Santa, de Federico Gamboa, de 1903, que traz a prostituta como protagonista de uma série de embates que constroem o desenho da cidade moderna mexicana. O estudo comparativo desses textos desvela estreitos nexos entre os saberes científicos e os procedimentos de normatização, forjados na esteira do projeto modernizante. O corpo da prostituta e a cidade moderna, nessa chave, parecem configurarem-se mutuamente.
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