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O uso do tempo livre e as práticas culturais na região metropolitana de São Paulo

  • Autores: I. Botelho, M. Fiore
  • Localización: A questão social no novo milénio, 2004, pág. 275
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • A pesquisa sobre práticas culturais e uso do tempo livre na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que está sendo realizada pela área de cultura do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), sediado no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tem como um de seus objetivos conhecer melhor as diversas formas de utilização do tempo livre da população dessa região, com ênfase em seus hábitos culturais. Além disso, a pesquisa busca consolidar no Brasil esse tipo de levantamento que, como constatado em diversos países em que é realizado há décadas, tem relevância tanto para discussões importantes do ponto de vista das ciências sociais quanto como um instrumento para o planejamento de políticas públicas para o setor cultural. A pesquisa é composta por duas fases: a primeira é centrada na realização de um survey sobre uma amostra de 2002 entrevistados para a toda RMSP, selecionada dentre o universo da população total da RMSP com mais de 15 anos. A amostra foi estatisticamente selecionada através de extração probabilística em três estágios: setor censitário, domicílio particular e sorteio do residente. A segunda fase, a ser realizada ainda no primeiro semestre de 2004, será aplicada para uma sub-amostra da primeira e tem como objetivo detalhar as práticas culturais e hábitos de lazer. Essa sub-amostra busca garantir a representatividade de praticantes, uma pequena minoria, frente a maioria de não-praticantes.

      A primeira fase já possibilitou algumas análises importantes sobre a disseminação de diversas práticas culturais e hábitos de lazer na RMSP. Antes de tudo, é importante esclarecer que a pesquisa, embora eleja como foco principal práticas culturais legitimadas ou clássicas, como ir a um teatro ou a um museu, não tem o intuito de valorá-las a priori. Ou seja, a própria legitimidade social que identifica tais práticas como "nobres" ou "distintivas" é, por si só, um objeto da pesquisa. Algumas dessas, como os espetáculos de balé e as óperas, foram, como era esperado, bastante raras. No entanto, a amplitude de algumas práticas, como a leitura por prazer, ou seja, não escolar ou profissional, foi significativa.

      Como já foi discutido na literatura internacional, a grande clivagem no que diz respeito às práticas culturais é o nível de escolaridade do indivíduo. Não obstante a importância de outras variáveis, como rendimentos, idade, sexo e local de residência, a escolaridade é, sem dúvida, o maior preditor de todas as práticas pesquisadas, inclusive de televisão. Mesmo assim, diferentemente dos dados internacionais, ter um nível alto de escolaridade não significou, necessariamente, possuir hábitos de freqüentação a espetáculos e equipamentos culturais. Por exemplo, cerca de 40% dos entrevistados com nível alto de escolaridade (curso superior completo ou incompleto) não foram a um teatro assistir uma peça nos últimos doze meses e 15 % nunca fizeram isso. Porcentagens próximas a essas também foram obtidas nas freqüências a museus e espetáculos de dança, para citar dois exemplos. Essas porcentagens são obviamente maiores para os níveis mais baixos de escolaridade.

      A pesquisa também aponta para uma distribuição espacial desigual da população da RMSP. Levantamentos realizados pelo CEM apontaram para uma concentração espacial dos equipamentos culturais clássicos (museus, cinemas, teatros, etc.) nas regiões centrais, as mesmas que concentram a população mais escolarizada e mais rica. A primeira fase da pesquisa revelou que é nessas regiões que se concentram, obviamente, a maior parte dos "praticantes" culturais, mas, o que ainda está sendo analisado é se essa concentração ocorre simplesmente pelos níveis mais altos de escolaridade e renda, ou se há uma clivagem espacial.

      É importante chamar atenção que a abrangência estatística da pesquisa, inédita no país, possibilita o estabelecimento de comparações com diversas cidades do mundo e, além disso, caso haja regularidade em sua realização, analisar os padrões de mudanças ao longo do tempo.


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