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Resumen de Mapeando o fosso digital em Portugal

Nuno de Almeida Alves

  • Esta comunicação visa discutir a reduzida taxa de penetração das tecnologias da informação e da comunicação, fundamentalmente da internet, nos alojamentos portugueses. Partindo de uma base de dados especificamente desenhada para o efeito, pretende-se aprofundar o relacionamento entre variáveis sócio-demográficas e motivacionais na explicitação deste fenómeno.

    Ao longo dos últimos anos, a totalidade dos governos ocidentais tem-se dedicado à elaboração de "Planos de Acção para a Sociedade da Informação e do Conhecimento", nos quais um dos objectivos principais é o fomento da presença e da utilização de tecnologias da informação e da comunicação no contexto doméstico.

    O acesso à internet nos alojamentos (independentemente da plataforma de acesso) constitui mesmo um dos indicadores estruturais de avaliação de desempenho ditados pela "Estratégia de Lisboa", na caminhada para o estabelecimento da Europa como a economia baseada no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo em 2010. Não é, no entanto, claro se a inclusão deste indicador na bateria de aferição do objectivo acima referido visa demonstrar o acesso à internet nos alojamentos enquanto indicativo das competências tecnológicas das populações ou, em alternativa, a disponibilidade dos meios de acesso a bens e serviços electronicamente mediados ou prestados.

    Neste, como em praticamente todos os indicadores económicos e sociais, Portugal apresenta os mais baixos valores face aos seus congéneres europeus (numa Europa analisada ainda sob a sua configuração pré-alargamento). Em 2003 apenas um quinto das famílias portuguesas contava com acesso à internet no alojamento, situando-se a média europeia em redor dos 50%. O Plano de Acção para a Sociedade da Informação em Portugal estabelece como meta, para o ano de 2005, a disponibilidade de um terminal de banda larga em 50% dos agregados familiares (cf. UMIC, 2003: 34; RCM 107/2003); porém, já anteriormente o governo português havia estabelecido como meta a atingir em 2003 a mesma percentagem de agregados familiares detentores de acesso à internet (cf. "Iniciativa Internet", RCM 110/2000, DR Nº193/2000). A lenta progressão do número de famílias com acesso à internet em Portugal proporcionará, eventualmente, ainda a publicação, a prazo, de uma terceira resolução do conselho de ministros com a fixação de uma nova data como meta para a obtenção dos almejados 50% de agregados familiares com acesso à internet.

    Conhecendo a realidade da sociedade portuguesa, não é difícil justificar rapidamente o contexto de tais números. Computadores e internet não constituem equipamentos de consumo equiparáveis a automóveis e televisões, cuja progressão deriva simplesmente da mera subida generalizada do rendimento disponível das famílias. O consumo alargado destes bens e serviços estruturar-se-á a partir de uma gama de motivações e competências (económicas, escolares, profissionais, culturais, tecnológicas, linguísticas, etc.) cuja disseminação na população, ou nos agregados familiares portugueses, é bem menos intensa do que o esperado pelos sucessivos governos, apesar de ilustrada pelas estatísticas demográficas e sociais.

    A comunicação que aqui se propõe procurará explorar algumas respostas possíveis a estas conjecturas, com base no trabalho desenvolvido para uma tese de doutoramento em curso, recorrendo neste aspecto particular à informação estatística constituída a partir do "Inquérito à Utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação por parte da População Portuguesa", realizado em 2003 pela Unidade de Missão Inovação e Conhecimento.


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