Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Memória e discurso no romance: traços discursivos-estilísticos d'A Pedra do Reino, de A. Suassuna

  • Autores: G. Micheletti
  • Localización: A questão social no novo milénio, 2004, pág. 179
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • "O inquérito continua em aberto e em suspenso, (...) sua Obra ficará assim, em suspenso e aberta, dependendo sempre de novos depoimentos que o senhor nos prestar. Talvez, até, ela dure para o resto de sua vida e nunca chegue a terminar, (...)" O romance por ser uma narrativa em que predominam elementos dos mais diversos é um dos tipos de composição que mais incorpora discursos de diferentes origens e intencionalidades; nas palavras de Antônio Cândido, um bastardinho brilhante. Em qualquer romance faz-se presente a memória - desde aquela que simula resgatar os fatos ficcionais narrados até a que se utiliza da História sócio, político-cultural e, em particular, de toda uma herança literária.

      O presente estudo focaliza alguns traços discursivo-estilísticos presentes no Romance d' A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta, de Ariano Suassuna. Esse romance se estrutura a partir de elementos da memória da história político-social brasileira e da história da literatura.

      É principalmente do trabalho com essas duas vertentes que se constrói o discurso do narrador / enunciador Quaderna e do texto de Suassuna. A narrativa se compõe de modo híbrido. Por um lado, abriga traços distintivos de vários gêneros e subgêneros ficcionais e argumentativos em prosa e em verso (folhetim, folheto,crônica, memorial, romance de cavalaria, epopéia, mito, ensaio). Por outro, recorre a relatos históricos, tanto ancorados no real, como a relatos fantasiosos, pretensamente históricos.

      O enunciador assume o papel de réu num processo judicial, procurando embaralhar fatos por meio de longas digressões que se fazem a partir de textos consagrados da literatura ocidental. Quaderna, personagem narrador, se considera um diascevasta, um colecionador de textos, termo que ele mesmo explica ao Sr. Corregedor (personagem apenas referida a quem o enunciador se dirige durante a narrativa) e a todos os seus leitores como "eruditos que colecionavam os cantos dos rapsodos gregos".

      Depois de passar em revista os mais variados discursos e, valendo-se, quase parasitariamente, deles para a construção do seu, o que resta, ao final, de um discurso inconcluso, como "o inquérito em aberto e em suspenso" é a busca empreendida pelo enunciador para a compreensão de si e do mundo,.

      A heterogeneidade dos discursos é mostrada ao leitor que é convidado a participar do périplo do herói que vai resgatando passo a passo, por meio de fragmentos, formas e fôrmas de composição, cujo amálgama se processa basicamente pela colagem e paródia.

      Coloca-se em xeque o conceito de plágio. Promove-se uma intertextualidade e uma interdiscursividade, uma espécie de reconhecimento de cada discurso, em particular, se constitui da confluência de muitos outros e deságua numa polifonia, espaço das muitas vozes que serão constituídas pelas leituras.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno