Em África o processo de concentração urbana não deriva directamente do crescimento económico, antes vai a par com a marginalização do continente na economia internacional, com a degradação económica e política na maioria dos países sub-saharianos, com políticas desajustadas, cujos efeitos são agravados por guerras e catrástrofes naturais.
No que se refere à eficácia da ajuda internacional, a teoria subjacente aos estudos empíricos cross-country, realizados até meados da década de 90 é o modelo de crescimento de Harrod-Domar para uma economia aberta. Este modelo é objecto de várias críticas das quais se destaca a assunção de que a fonte de crescimento económico é a acumulação de capital físico, quando os posteriores desenvolvimentos teóricos sugerem outras fontes de crescimento que não apenas aquela. O que os avanços na teoria do crescimento nos sugerem é que o crescimento económico resulta da acumulação de factores de produção, tais como, capital físico (através de investimento) e capital humano (através de níveis de educação e de saúde mais elevados na população) e de aumentos de eficiência com que estes inputs são utilizados.
Mas o debate sobre o impacto de ajuda integra uma outra componente centrada na dimensão micro assumindo duas perspectivas de abordagem: a micro-económica (�contextual� approach) e a micro-societal (�instrumental� approach). Quanto ao primeiro aspecto, alguns autores apontaram, com base em estudos empíricos, a avaliação económica de projectos de desenvolvimento como prova de evidência dos efeitos da ajuda. Quanto ao segundo aspecto, o impacto micro-societal, ele remete-nos para o estudo dos processos de desenvolvimento enquanto fenómeno social. A comunicação centra-se nestas duas abordagens, perspectivada em contexto urbano (cidade de Maputo), como terreno de confluência de duas grandes problemáticas que relacionam (i) o impacto micro-económico e a redução da pobreza e (ii) o impacto micro-societal e as estratégias de actores.
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