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Resumen de Globalização e estados nacionais: um debate mítico

Angelita Matos Souza

  • As novas formas de internacionalização do capital têm suscitado o debate sobre o futuro dos Estados nacionais. Estes estariam com os dias contados, seja em proveito de um Estado "supranacional" em gestação, seja porque o poder político dos Estados nacionais seria suplantado, num mundo "sem fronteiras" econômicas, pelo poder das grandes corporações transnacionais. Na "nova ordem mundial", o sistema de mundial baseado nos Estados nacionais modernos, daria lugar a um sistema político global, marcado pela descentralização/desterriotorialização/desnacionalização do poder político e econômico.

    Em nossa exposição, pretendemos tecer alguns comentários sobre as transformações do capitalismo contemporâneo - sobre a "financeirização global"-, propondo um re-enquadramento do debate sobre o futuro dos Estados nacionais diante de tais transformações. Acreditamos que o atual debate tem partido do mito da separação entre "poder e dinheiro" para compreender a realidade atual, sendo necessário inverter os termos do debate a fim de colocá-lo "em pé".

    Nossa tese é que os Estados nacionais ocupam e continuarão a ocupar um papel crucial na defesa dos interesses dos seus capitalistas no cenário internacional. Prova disso é que os detentores da riqueza continuam concentrando esforços e dispensando enormes recursos às eleições de representantes tanto no Executivo como no Legislativo (Por quê o fariam se o Estado não tivesse mais força diante do poder econômico?). E em busca da realização dos seus interesses, poderão sempre recorrer, além de ao seu próprio Estado de origem, a outros Estados, centrais ou periféricos. É neste terreno que identificamos aspectos políticos que, embora não sejam em absoluto novos, têm se intensificado nas últimas décadas. Estamos nos referindo ao caráter cada vez mais "supranacional" dos interesses capitalistas também nos países centrais. Também nos países centrais, pois no caso dos países periféricos e dependentes trata-se de um aspecto central e constante.

    E além do fortalecimento das assimetrias de poder entre os Estados centrais e os periféricos, as transformações promovidas pela "nova ordem mundial" no interior dos Estado Nacionais têm reduzido a dimensão "pública" da esfera estatal também nos países centrais. A ideologia da separação entre o político e o econômico (entre poder e dinheiro) apresenta-se pelo avesso, mostrando sua verdadeira face no capitalismo atual. Isto é, se enfraquecimento político houve com o fenômeno da globalização este diz respeito às classes assalariadas e, quanto à periferia do capitalismo, nunca, como no mundo atual, o mito do desenvolvimento econômico pareceu tão inatingível.


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