Filiando-nos no património da sociologia bourdiana, mas estando atentos aos limites dos seus pressupostos e enunciados, pretendemos nesta comunicação reflectir sobre um momento central na transição dos jovens para a vida adulta a entrada no mundo do trabalho. Centrando-nos no campo da advocacia, e explorando um conjunto de dados que produzimos acerca de jovens recém-ingressados neste universo profissional, procuraremos expor as potencialidades de uma tese que aqui designamos como "dialéctica do ajustamento". Pretende-se através dela compreender, em termos extensivos, a forma como os indivíduos vivenciam este processo de transição ao trabalho, procurando demonstrar que este se vai processando através de um conjunto de acomodamentos entre posições e valores. Argumentamos que embora este ajustamento se processe de forma relativamente eficaz -como procuraremos demonstra- , isso não impede a eclosão simultânea de formas e sentimentos de desajustamento que importa também assinalar e investigar em profundidade.
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