Esta comunicação destina-se a explicar os modos como as relações de poder na fábrica se intersectam com a disputa entre diferentes concepções dos usos e representações legítimas dos corpos dos operários. O autor apoia-se numa experiência de 14 semanas a trabalhar numa fábrica de mobiliário para dar conta do corpo: 1. como depositário e activador dos esquemas práticos que constituem a memória oficinal, componente integrante de uma economia moral e sensual especifica; 2. como eixo de condensação de significados para as práticas e representações operárias, lugar de investimentos e reserva de recursos (físicos e simbólicos); 3. como vector de actualização do «fogo criador» do processo de trabalho. São evidentes as razões que colocam o corpo dos operários no centro dos processos de exploração e dominação da fábrica. As políticas de produção agem sobre eles: 1. para os disciplinar e converter à lógica proposta pela administração da empresa; 2. para higienizar e racionalizar a sua utilização e apresentação de acordo com os imperativos de maximização económica da empresa. O autor perspectivará o que afirma a partir da implementação do equipamento de segurança.
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