Os cuidados paliativos surgiram como reacção aos cuidados despersonalizados prestados nos hospitais aos doentes terminais. A prestação de cuidados a estes doentes coloca vários desafios aos profissionais de saúde, nomeadamente no que respeita ao alívio do sofrimento e à proximidade da morte. Com o propósito de atribuir significado aos cuidados prestados aos doentes terminais, os profissionais de saúde desenvolvem um sistema de valores, cuja base assenta na ideologia da boa morte. O objectivo da presente comunicação é o de identificar, a partir da análise de 9 entrevistas em profundidade efectuadas a enfermeiros, com idades compreendidas entre os 26 e os 64 anos, de um serviço de cuidados paliativos, as estratégias e as lógicas de apoio desenvolvidas por estes profissionais de saúde de forma a minimizar o impacte do stress decorrente da natureza do seu trabalho com doentes terminais.
Propondo-se que o sistema de valores partilhado pelos profissionais de saúde, é construído e reconstruído dentro do cenário de prestação de cuidados, parte-se da hipótese de que as situações de stress encontram-se relacionadas com a forma como percepcionam as ameaças a esse sistema de valores. Através desta pesquisa pretende-se compreender quais os elementos que configuram esse sistema de valores e analisar os mecanismos accionados de forma a minimizar o impacte das situações de stress.
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