Cultural tourism does not live on physical realities alone; it also feeds on the so called immaterial culture, present on every corner, in each land, in each geographical space. Ribeira Lima is a privileged space to analyze such presuppositions, since here feasts and processions are blended with practices that were once considered pagan. The christian people both seeks the Senhora (Our Lady) da Agonia or Senhora da Peneda processions, and actively takes part in the Feiras Novas (New Fairs) of Ponte de Lima, a reality where the sacred is so well combined with the secular. It is this very people who hastens to ask for the protection of thaumaturges against plague, famine, war and bones¿ ailments (Saint Sebastian, Saint Roque and Saint Amaro), also protecting itself with amulets and herbs against witches and sorcerers, against evil eye and envious neighbours. It was this people who, early on, at the dawn of the II Millennium, has drawn the limits of its parishes, and took steps in order to protect them, as well as its homes and property, with the most diverse symbols, some christian, some originating in far more ancestral practices.
Any parish of Ribeira Lima would serve as an example, but we chose Santa Leocádia de Geraz do Lima, of the municipality of Viana do Castelo, because 2013 is the millennial of its foundation
O turismo cultural não vive só de realidades físicas, alimenta-se também da chamada cultura imaterial presente em cada recanto, em cada terra, em cada espaço geográfico. Ora a Ribeira Lima é um espaço privilegiado para analisarmos tais pressupostos, já que por aqui se entrecruzam festas e romarias com práticas outrora tidas como pagãs. O povo cristão tanto procura a romaria da Senhora da Agonia ou da Senhora da Peneda como participa activamente nas Feiras Novas de Ponte de Lima, uma realidade onde o sagrado tão bem se casa com o profano. É este mesmo povo que corre a pedir a proteção dos taumaturgos contra a peste, a fome, a guerra e as doenças de ossos (São Sebastião, São Roque e Santo Amaro), do mesmo modo que se protege com amuletos e ervas contra bruxas e feiticeiras, dos maus olhados e dos vizinhos invejosos. É este mesmo povo que bem cedo, nos alvores do II milénio, traçou os limites das suas paróquias e tratou de as proteger, bem como às suas casas e bens com os mais diversos símbolos, uns cristãos, outros oriundos de práticas bem mais ancestrais.
Qualquer paróquia da Ribeira Lima serviria de exemplo, mas escolhemos a Santa Leocádia de Geraz do Lima, do município de Viana do Castelo, porque o ano de 2013 é o milenário da sua fundação.
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