Nas últimas décadas, a consolidação de bairros degradados multiculturais em Portugal tem estado associada a novas formas de segregação urbana. Esta realidade tem sido marcada pela crescente estigmatização destes bairros e pelo isolamento social e político dos seus habitantes. A presente comunicação pretende analisar a relação entre espaços urbanos marginalizados e o exercício da cidadania, tendo como pano de fundo o bairro do Alto da Cova da Moura, na periferia de Lisboa. Num primeiro momento serão identificadas as principais políticas urbanas adoptadas e o modo como o discurso dominante veiculou novas formas de categorização e hierarquização social Num segundo momento, serão examinados os processos de construção de uma identidade colectiva local, que surge num quadro complexo de relações inter-étnicas e de relações de poder institucional. Por último, discutese as dinâmicas de agenciamento protagonizadas pelos residentes do bairro, cuja pertença local é um factor de mobilização e de reivindicação de um conjunto de direitos de cidadania associados à cidade e ao território e, consequentemente, a uma gestão urbana mais democrática e inclusiva.
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