Nesta comunicação pretendemos evidenciar, com base num estudo do bairro social de Atouguia em Guimarães, onde portugueses ciganos e portugueses não ciganos vivem lado a lado, algumas das imagens que cada um dos grupos tem de si próprio e do outro. Trata-se de comunidades em dificuldades, territorial e socialmente desvalorizadas, embora encontremos associados ao caso dos ciganos um estigma com raízes históricas profundas. Procurando saber até que ponto se têm ou não verificado avanços no interconhecimento e na proximidade social de ambos grupos, a coexistência inter-étnica, salvo casos pontuais ou excepcionais, está perpassada de preconceitos e interacções negativas e contactos raros entre ambos grupos. A relação entre estes colectivos vizinhos no espaço territorial, cruzando-se nos mesmos espaços (ruas, cafés, supermercados), está marcada pela distância social e relacional assente em imagens estereotipadas do Outro, preconceitos e representações interétnicas negativas, é marcada por conflitos latentes e, por vezes, manifestos.
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