Em 1975, com o epílogo do Império Colonial, chegaram a Portugal cerca de meio milhão de indivíduos que ficaram conhecidos como "retornados" do ultramar. O posterior processo de integração que se pode contextualizar em fenómenos populacionais semelhantes, decorrentes das descolonizações protagonizadas pelas outras potências coloniais europeias, no nosso país, teve a particularidade de ter sido ultrapassado com maior rapidez. Uma das explicações para a agilidade com que estes indivíduos foram assimilados pelo tecido socioeconómico reside, precisamente, na distribuição deste numeroso contingente de pessoas por todo o território nacional. Justificação que, à primeira vista, parece paradoxal.
Isto porque as regiões do interior do país, neste período, acumulavam factores repulsivos. Assumindo que para o interior terão rumado, essencialmente, aqueles que aí tinham raízes, neste trabalho pretende-se reflectir as incidências do processo de integração destas pessoas no distrito da Guarda, partindo da justificação e sentido que (três décadas depois) deram às suas acções.
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