A comunicação que aqui se apresenta é uma aproximação ao arquétipo de ser humano produzido pela literatura de auto-ajuda. Como tal, num primeiro momento, analizar-se-á o modelo de gestão do comportamento e das emoções contido em diferentes publicações deste género, tendo em conta os valores e os argumentos propostos para uma adequada regulação da conducta e dos afectos. A literatura de auto-ajuda, desde a segunda metade do século XX, possuí uma função análoga à desempenhada pelos manuais de urbanidade tradicionais no marco do processo da cilivização; nomeadamente, a configuração da estrutura anímica e condutual nos seus leitores. Esta análise será desenvolvida seguindo os pressupostos teóricos de Norbert Elias (1897-1990). Num segundo momento, propõe-se uma caracterização das bases sociais (racionalidade política e relações com o Estado-Providência e o mercado) deste arquétipo humano a partir das contribuições dos teóricos neo-foucaltianos da "governamentalidade" (governmentality).
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