Uma análise das culturas populares recomenda que nos desfaçamos da suposição de que os seus espaços próprios sejam comunidades isoladas de agentes modernos - indústrias culturais, turismo, relações económicas e políticas com o mercado nacional e transnacional de bens simbólicos- que as configuram. O artesanato, na forma como ele é pensado, produzido e consumido assume-se como ferramenta crucial para o estudo da (re)formulação da cultura, permitindo-nos problematizar como os sectores populares aderem e procuram a modernidade, misturando-a nas suas tradições.Partindo da análise comparativa de dois contextos classificados "Património da Humanidade" "Alto Douro Vinhateiro e Centro Histórico do Porto" este artigo procura desvendar o(s) modo(s) como o processo artesanal se transforma, reformulando modos de produção, consumo e representação simbólica, adequando-a a uma paisagem cultural em constante reestruturação. A (re)conceptualização das transformações globais do mercado simbólico deverá levar em conta os cruzamentos e a natureza híbrida destes processos.
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