O artigo analisa o movimento cultural Manguebeat e sua articulação com as manifestações culturais da periferia da cidade de Recife, no Brasil. Investiga como ele articulou manifestações tradicionais e modernas e mudou a realidade local ao despertar a participação política. Para analisar as práticas coletivas de participação e as estratégias de organizar dos agentes, o trabalho apóia-se no referencial conceitual de Bourdieu e em tipologias de participação. Constrói uma narrativa histórica do campo que permite inferir que o Manguebeat foi importante na reconstrução da identidade cultural local, na construção de novas práticas coletivas de participação ao agir independentemente dos poderes públicos instituídos. Pela articulação com os movimentos da periferia, esses agentes sociais adquiriram recursos de poder que se revelaram um indício da constituição de um outro princípio de diferenciação nesse campo - nova forma de poder, capital de novo tipo ou capital revalorizado - pois agentes, antes marginais, agora participam de pleno direito, ainda que limitados a certos espaços e arenas políticas.
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