A compreensão das vivências da sexualidade está intimamente ligada às representações do género, que tem como parâmetro central de definição a atracção erótica pelo "outro" sexo. Neste quadro, a experiência homo-erótica feminina que englobaremos na noção lata de "dissidência sexual" surge como transgressão das fronteiras do feminino e as mulheres que são os seus sujeitos vistas como nãomulheres algo especialmente evidente na figura problemática e fantasmagórica da "lésbica máscula". Porém, como o género não é um "feito", mas um a fazer e atravessado por outras variáveis, como a pertença geracional ou a classe , a relação entre homo-erotismo, género e identidade gera configurações de conjunto distintas. Partindo das histórias de vida de um grupo de mulheres, mostramos como a experiência homo-erótica, porque contraria noções convencionais do feminino, revela um processo de reconstrução nalguns casos, de redefinição identitária que ilustra diferentes modos de (re)fazer o género e de conceber a sua relação com a preferência erótica e a identidade sexual.
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