Pretendemos com esta investigação perceber como casam os imigrantes em Portugal. Para o efeito foi feita a análise estatística dos micro-dados provenientes do INE, relativos aos casamentos em 2005, de forma a caracterizar e definir padrões nos casamentos em que estiveram envolvidos grupos de imigrantes em Portugal. A análise incidiu sobre cinco naturalidades, correspondentes aos grupos maioritários em Portugal e associados a fluxos distintos na história da imigração.
Serão analisados os padrões de casamento existentes não só entre portugueses e não nacionais, bem como entre não nacionais entre si. Sendo a endogamia a nível das naturalidades um tema importante nesta investigação, outras características como a nacionalidade, as habilitações, a idade, o estado civil anterior, a existência de filhos, entre outros factores, poderão também estruturar diferentes tipos de estratégias de nupcialidade na sociedade actual, sendo por isso igualmente objecto de análise.
A análise, feita por naturalidade e por sexo, permitiu concluir pela existência de estratégias matrimoniais distintas entre os grupos de imigrantes correspondentes aos fluxos de imigração mais antigos e os mais recentes, sendo entre estes últimos onde se registam níveis de endogamia mais baixos. Factor igualmente importante parece ser a nacionalidade, tendo sido encontrados indícios de que os casamentos com indivíduos fora do grupo de origem podem revelar estratégias para a obtenção da nacionalidade. Por outro lado, nalgumas questões, o género parece funcionar como moderador, não ocorrendo as relações da mesma forma para os homens e para as mulheres de uma mesma naturalidade.
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