Uma grande parte das crianças nas sociedades da super modernidade, como Portugal, nasceram mais por razões afectivas dos pais do que por razões económicas. Não nasceram para fornecer uma força de trabalho à família, o que era uma necessidade das sociedades agrárias e da actividade artesanal, baseados na subsistência dos membros da casa. Graças ao sistema de pensões de reforma, os filhos são menos chamados à vida para garantir a segurança social dos pais na velhice. Hoje, investe-se mais num filho projecto do que num filho recurso. Não admira, pois, que as aspirações dos pais em relação aos filhos e destes relativamente aos pais se vão transformando profundamente. Nesta comunicação, baseadas num trabalho de campo realizado no concelho de Braga, em 2007, junto de pais e respectivos filhos, procuramos realçar as singularidades desta dinâmica.
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