O estudo em questão pretende apresentar duas perspectivas de abordagem do ensino politécnico em Portugal: enquanto possibilidade de ser tratado enquanto diferenciação funcional ou constituir-se em uma hierarquização simbólica. A ideia de diferenciação funcional remete à teoria de Niklas Luhmann, no qual enfatiza que a sociedade se divide em sub-sistemas que assumem funções específicas na reprodução da sociedade.
Por outro lado, a lógica da hierarquização simbólica, onde o ensino politécnico é visto como uma espécie de par menos glorioso, relegado àqueles que não possuem suficiente capital (Bourdieu: 1999, 95), sendo um sistema hierarquizado a partir de trajetórias alternativas que foram rejeitadas ou abandonadas. Tal perspectiva encara o ensino politécnico enquanto processo pelo qual coletividades sociais procuram maximizar recompensas, restringindo o acesso a recursos e oportunidades, limitadas a um círculo de eleitos (Weber in Parkin, 1979, 44). Enquadrar o ensino superior politécnico e universitário em Portugal enquanto possibilidade de explicação compreensão a partir das teorias da diferenciação funcional e da hierarquização simbólica é um desafio, no qual o presente estudo se propõe.
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