Os estudos sociológicos que enveredam por uma abordagem morfológica da religião, mais precisamente, na sua vertente formal e institucional, tendem a ser objecto de crítica por, aparentemente, contribuírem pouco ou muito pouco para o avanço da reflexão sobre o fenómeno religioso na modernidade, e por estarem na base da construção de uma perspectiva redutora e miópica da secularização enquanto sinónimo do declínio da religião nas sociedades contemporâneas. A normatividade religiosa institucional, na maior ou menor importância que ela assume quer para o funcionamento dos diferentes tipos de organização religiosa, quer para os membros destas organizações, continua, porém, a constituir um campo de análise fecundo -e menos saturado do que o que se tende a supor - sobre a secularização enquanto processo complexo e universal, que opera a diferentes velocidades, acomodando dinâmicas diversas e contraditórias aos níveis meso e micro-societal.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados