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Inovação e sociedade civil: um debate em construção

  • Autores: Thales de Andrade
  • Localización: A questão social no novo milénio, 2004, pág. 6
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • Nos países avançados, a problemática da inovação adentrou na agenda de diferentes setores como governos, corporações, universidades, centros de pesquisa e movimentos sociais. Desde os anos 80, os países da OCDE vêm alterando o padrão de apoio à indústria, pois ao invés de subvencionarem empresas através de contratos de P&D específicos e pontuais, os governos desses países passaram a criar condições para que a atividade produtiva se organize de forma sistêmica e integrativa. A justificativa para esse investimento social na inovação se baseia na tendência à integração entre pesquisa, desenvolvimento tecnológico e atividade produtiva, articulados dentro de uma nova perspectiva de gestão do conhecimento. A nova economia, baseada na aquisição contínua de conhecimento e informação, investe em rearranjos intersetoriais e multidisciplinares para a manutenção das condições de competitividade da produção industrial. Novos arranjos organizacionais são criados com vistas à otimização da prática tecnológica e aprimoramento das sinergias entre instituições de pesquisa e a esfera produtiva. O conceito de sistemas nacionais de inovação adquire grande primazia durante os anos 90, advogando que as interações entre agentes econômicos, as instituições de pesquisa e organismos governamentais estipulam ações recíprocas que geram a capacidade de desenvolvimento. Nesse sentido, políticas locais e setorizadas passam a ser imprescindíveis para a compreensão do potencial inovativo de uma nação e região, independentemente da atividade específica de cada setor e das oscilações da demanda.

      Percebe-se que o tema da inovação tem se mantido estreitamente ligado a preocupações de ordem econômica, como competitividade, pressões da demanda e investimento, com a ênfase na construção de modelos e abordagens quantitativas. A perspectiva schumpeteriana de ligação entre a capacidade tecnológica e o desempenho econômico teve grande influência nessa agenda de pesquisa.

      Mais recentemente, algumas correntes das Ciências Sociais têm chamado atenção para o desafio preemente de se incluir variáveis socioculturais nas avaliações e estudos sobre a implementação da inovação em contextos locais e nacionais. No debate atual sobre a dinâmica da inovação, os cientistas sociais têm detectado uma grande ausência: a participação da sociedade civil e a problemática da cidadania. Como ampliar os componentes da tradicional tripla hélice (universidade, Estado e empresa) e compreender o envolvimento de setores não produtivos, leigos e não governamentais no processo inovativo? Faz-se necessário estabelecer novos conceitos e categorias para a inserção de movimentos sociais, consumidores e trabalhadores na compreensão das formas de inovação tecnológica e social. A sociologia construtivista trouxe para esse debate questões essenciais, como o caráter social das práticas laboratoriais e o conceito de redes de atores (actors networks), que alargam a compreensão da atividade tecnológica para as relações complementares e controversas envolvendo agentes técnicos e leigos.

      O conceito de ambientes de inovação representa um enfoque diferenciado acerca das possibilidades de construção da prática da inovação, visando articular tecnologia, economia e vida social de uma maneira diferenciada e aberta, distante do padrão exclusivamente produtivo. As novas arenas informacionais e o uso múltiplo e desregulamentado das redes tecnológicas têm possibilitado o florescimento de organizações e entidades sociais inusitadas e cada vez mais atuantes. A banalização do acesso às redes de computadores permite a comunidades pobres criarem e recriarem suas formas de inserção social em formatos e circunstâncias antes inusitadas, modificando assim a compreensão do processo inovativo.

      O presente trabalho trata, portanto, da problemática da inovação tecnológica, retomando o surgimento do conceito e a importância da Economia em sua consolidação. E aborda ainda a importância das Ciências Sociais na incorporação da sociedade civil na discussão das práticas inovativas.

      Palavras-chave: Inovação, Ciências Sociais, Tecnologia, Sociedade civil.


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