Este artigo da análise de uma nova forma de fazer política social, envolvendo parcerias entre Estado e empresas interessadas em fazer investimento de cunho social no Brasil. Será apresentado um estudo comparativo de três empresas privadas que formulam projetos sociais na área da saúde. Algumas empresas têm ultrapassado os limites do espaço da produção e avançado no espaço público, construindo parâmetros do que seja justiça social, de forma autônoma ou em conjunto com o Estado e movimentos sociais. Elas criam fundações e institutos como "braço social" de suas atividades produtivas, com o discurso que estão buscando um novo valor que transcenda a visão de lucro: um ethos humanitário e de solidariedade. Chamamos a esta ação empresarial de investimento social privado (ISP). Este termo destina-se as empresas que formulam voluntariamente programas e projetos sociais para comunidades, preferencialmente as de baixa renda.
A análise deste trabalho pressupõe que a atual responsabilidade social empresarial sob a forma de investimento social privado não representa um fenômeno isolado, mas resulta da convergência de vários fatores, em particular em virtude das mudanças operadas pelo Estado, aliadas a ideologia neoliberal da co-responsabilidade social para a formulação de políticas públicas.
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