A presente comunicação enquadra-se numa investigação levada a cabo com o objectivo de compreender a importância e a transversalidade das práticas fotográficas mais comuns de registo de pessoas e acontecimentos importantes para posterior recordação. O que significam estas fotografias para as pessoas? Porque são tiradas e preservadas? Como são usadas? Para dar resposta a estas questões, foi desenvolvida uma investigação empírica teoricamente orientada, que permitiu perceber que a fotografia é essencialmente percepcionada pelos agentes como um instrumento de elevado valor emocional e é praticada com o intuito de criação de recordações de momentos felizes e particularmente importantes dos seus percursos de vida, geralmente associados aos tempos/espaços do lazer e incluindo nos mesmos os seus familiares e as suas redes de sociabilidades. No fundo, a grande potencialidade da fotografia reside no facto da mesma poder contribuir para a criação de representações daquilo que se afigura como mais significativo nas suas vidas e é precisamente nesse ponto que se manifesta a sua instrumentalidade identitária.
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