Joaquim José Lopes Teixeira, Rui Fernandes Póvoas
O actual fenómeno de revitalização da Baixa do Porto, não tem contribuído para alterar de forma significativa o generalizado estado de abandono e degradação em que se encontra o seu edificado tradicional, desde o centro histórico a toda a cidade consolidada.
Maioritariamente representado pelas casas burguesas, este edificado constitui uma importante marca de identidade da cidade e um recurso não renovável que urge salvaguardar, pois corre sérios riscos de desaparecer. Por um lado, a continuidade do estado actual causará o acentuar da sua degradação e consequente ruína, por outro, a hipótese de massificação da sua reabilitação, de forma acrítica, levará à sua destruição a grande escala.
É pois urgente inverter esta conjuntura, assegurando que a regeneração da cidade histórica não se realize a qualquer custo.
A investigação sobre o sistema construtivo das casas burguesas do Porto, desenvolvida pelos autores, tem conduzido à convicção de que é possível qualificar e agilizar as intervenções de reabilitação, através da sistematização de procedimentos de apoio ao seu complexo processo.
Nesta sequência, apresenta-se uma proposta de metodologia destinada a constituir uma ferramenta de apoio às principais fases do processo da intervenção em edifícios antigos, concretamente das casas burguesas do Porto, desde o conhecimento do existente, à proposta de projecto de intervenção, reparando, beneficiando e qualificando o existente, de acordo com a normativa em vigor e outras exigências actuais.
Nas suas linhas orientadoras, a metodologia adopta: uma postura contextualista, de respeito pelo existente; os princípios e critérios veiculados pelos documentos internacionais da salvaguarda do património, bem como as práticas para uma construção sustentável.
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