Esta dissertação analisa as estruturas de produção dos documentários portugueses patentes nas três primeiras edições (2002, 2004 e 2005) do Doclisboa � Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa. O estudo empreende um levantamento e avaliação da dimensão económica, sociológica e tecnológica da ac- tividade cinematográfica através da análise dos sistemas de financiamento e das re- lações de trabalho das equipas técnicas e artísticas. Na prossecução deste objectivo são delineadas e enquadradas as esferas do profissional e do artesanal da respec- tiva actividade produtiva. A investigação dá um maior enfoque na actividade artística e laboral do realizador, como elemento central da estrutura de produção. A estraté- gia metodológica adoptada visa apreender as inovações e transformações tecnológ- icas operadas no domínio do digital e a consequente afectação do campo produtivo.
Aborda-se a problemática inerente entre a aceleração e massificação da tecnologia digital e a sustentabilidade das estruturas de produção da actividade cinematográfica documental portuguesa. Percorre-se de modo sucinto alguns momentos da história do documentário português realçando o movimento documentarista dos anos 90. São expostos os seus méritos e as suas dificuldades, características ainda hoje presentes e influentes na produção contemporânea. No quadro teórico é proposta uma reflexão em torno da ontologia do documentário, evidenciando a sua componente criativa e as questões de representatividade numa época e implementação da imagem digital.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados