O artigo argumenta que as teorias de desenvolvimento econômico são metáforas que têm um forte conteúdo mítico, embora este não seja normalmente reconhecido. As políticas que derivam destas teorias têm duas agendas: uma agenda positiva, que especifica quais problemas são relevantes e as formas aceitáveis de resolvê-los; e uma agenda negativa, que contém as questões e políticas que devem ser evitadas. Esta abordagem é usada para interpretar a visão hegemônica do desenvolvimento, tal como explicitada no Consenso de Washington, mostrando que esta visão contém todos os ingredientes de um mito milenarista o da travessia do Deserto rumo à Terra Prometida. Analisa-se a seguir a aplicação das duas agendas desta visão de desenvolvimento ao caso brasileiro durante a segunda metade dos anos noventa. Finalmente, o artigo discute visões alternativas de desenvolvimento, argumentando a favor de metáforas abertas, como o mito de Ulisses.
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